A diabetes é uma doença metabólica crónica que ocorre devido à incapacidade do nosso organismo em regular os níveis de açúcar (glucose) no sangue adequadamente.
O termo técnico desta doença é diabetes mellitus.
A palavra mellitus tem origem do latim e significa “doce como o mel”.
A glucose, obtida através dos alimentos, é a principal fonte de energia de todas as células do nosso corpo, sendo fundamental para o seu correto funcionamento.
O pâncreas tem como função garantir o equilíbrio dos níveis de glucose no sangue, através da produção de insulina – a hormona chave que permite a passagem da glucose do sangue para o interior das células.
Na diabetes, o pâncreas perde a capacidade de produzir insulina, ou o corpo não consegue utilizar eficazmente a insulina produzida pelo pâncreas, resultando em níveis excessivos de glucose no sangue, a hiperglicemia que a longo prazo pode dar origem várias complicações.
30 – 44% de casos de diabetes
subdiagnosticados
A diabetes não diagnosticada aumenta o risco de complicações no coração, nos rins e nos olhos. Conheça os sintomas da diabetes e saiba como pode calcular se está em risco de desenvolver diabetes.
Em 2045, o número de pessoas com diabetes em todo o mundo pode chegar a 783 milhões.
O aumento destes números, principalmente da diabetes tipo 2, mostra o impacto que o estilo de vida urbano tem na saúde e a importância da adoção de estilos de vida saudáveis, como uma alimentação equilibrada e a prática de exercício físico para prevenir a diabetes e as suas complicações.
Doença autoimune na qual o sistema imunitário ataca e destrói as células do pâncreas que produzem a insulina, sem a qual a glucose não consegue e entrar nas células para produzir energia, e acumula-se no sangue (hiperglicemia).
Representa 5-10% de todos os casos de diabetes.
Geralmente é diagnosticada durante a infância ou adolescência, mas pode ocorrer em qualquer idade.
Os sintomas são muitas vezes de início rápido e incluem: sede intensa, perda de peso sem motivo aparente e vontade frequente de urinar.
Como o corpo não produz insulina, o tratamento requer a administração diária de insulina (injeções) para manter o equilíbrio dos níveis de glucose.
O organismo não utiliza a insulina produzida de forma eficaz (resistência à insulina), levando ao aumento dos níveis de glucose no sangue.
É o tipo mais comum: 90-95% dos casos de diabetes.
Normalmente afeta adultos e idosos, mas tem vindo a aumentar em crianças e jovens devido ao aumento de comportamentos de risco.
O estilo de vida, como sedentarismo e maus hábitos alimentares, bem como fatores hereditários podem estar na origem do desenvolvimento deste tipo de diabetes.
Pode ser assintomática durante muitos anos, com sintomas ligeiros que incluem sede frequente, fadiga e visão turva.
O tratamento baseia-se em alterações do estilo de vida, e terapêutica farmacológica (medicamentos hipoglicemiantes orais ou insulina injetável).
Ocorre devido às alterações hormonais na gravidez que dificultam a ação da insulina.
A diabetes gestacional normalmente é transitória, mas pode aumentar o risco de vir a ter diabetes tipo 2, tanto na mãe como no bebé, sendo os principais fatores de risco a obesidade e história familiar da doença.
Muitas vezes assintomática, é geralmente identificada através de testes de glucose entre as 24 e 28 semanas de gestação.
A gestão inclui dieta, atividade física e em alguns casos a administração de insulina.
Os sinais e sintomas podem variar entre os diferentes tipos de diabetes: na diabetes tipo 1 os sintomas surgem rapidamente e de forma galopante, enquanto na diabetes tipo 2 os sintomas podem ser mais subtis e desenvolver-se de forma lenta ao longo dos anos.
O corpo tenta eliminar o excesso de glucose através da urina, o que leva a idas mais frequentes à casa de banho.
A perda de líquidos devido à micção frequente aumenta a sede.
A glucose não consegue ser utilizada pelas células como fonte de energia devido à falta de (ou resistência à) insulina, levando o corpo a recorrer a reservas de gordura e músculo para obter energia.
O excesso de glucose no sangue pode alterar a forma e a espessura das lentes oculares, influenciando a visão.
Níveis elevados de glucose no sangue podem dificultar a resposta do sistema imunitário, aumentando o risco de desenvolver infeções.
Sede Intensa
Fome constante
Poliúria
Perda de peso
Fadiga
Visão turva
Fadiga
Fome constante
Sede Intensa
Visão turva
Infeções frequentes e cicatrização lenta
Sede Intensa
Poliúria
Por norma não tem sintomas específicos, sendo principalmente detetada através de exames de rotina na gravidez.
Algumas mulheres podem queixar-se sede aumentada e poliúria.
O diagnóstico da diabetes é realizado através de análises específicas ao sangue que medem os níveis de glucose.
Mede a glucose no sangue após um período de jejum de pelo menos 8 horas.
De acordo com o SNS, níveis de glucose no sangue ≥126 mg/dL são indicativos de diabetes.
Mede a média dos níveis de glucose no sangue nos últimos 2-3 meses.
Níveis de HbA1c ≥6,5 são indicativos de diabetes.
Usado principalmente para diagnóstico da diabetes gestacional, no qual a pessoa ingere uma solução de glucose, após a qual a glicemia é medida em intervalos regulares durante um período de 2 horas.
Níveis ≥ a 200 mg/dL, após 2 horas, são indicativos de diabetes.
Os fatores de risco variam de acordo com o tipo de diabetes.
História Familiar
Ter familiares próximos com diabetes tipo 1 aumenta o risco de desenvolver a doença.
Fatores Ambientais
A exposição a determinados vírus pode ativar uma resposta autoimune, levando o sistema imunitário a atacar as células do pâncreas que produzem insulina.
A diabetes tipo 2 está altamente associado ao estilo de vida e a fatores genéticos. Os principais fatores de risco são:
História familiar e idade
Ter familiares diretos com diabetes tipo 2 aumenta o risco de ter diabetes tipo 2. Este risco aumenta com a idade.
Obesidade e sedentarismo
O excesso de peso, e a falta de exercício físico, contribui para a resistência à insulina.
Tensão arterial e colesterol elevados
Estão frequentemente associados ao aumento do risco de diabetes tipo 2.
Síndrome dos Ovários Poliquísticos (SOP)
Esta condição hormonal aumenta o risco de desenvolver diabetes tipo 2.
História de diabetes gestacional em gravidezes anteriores
Obesidade
Idade materna avançada (> 35 a nos)
História familiar de diabetes tipo 2
A identificação e monitorização dos fatores de risco ajudam a um diagnóstico precoce e a uma adequada gestão, permitindo prevenir complicações e proporcionar uma melhor qualidade de vida às pessoas com diabetes.
A Associação Protetora de Diabéticos Portugueses (APDP) recomenda exames regulares de rastreio para pessoas que têm fatores de risco de diabetes, mesmo que estejam assintomáticas.
Fontes: American Diabetes Association; Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP); Center for Disease Control and Prevention (CDC); Direção Geral da Saúde; Federação Internacional da Diabetes; National Health Service (NHS); National Institute for Health (NIH); Organização Mundial de Saúde (OMS) (World Health Organization, WHO); Relatório Anual do observatório Nacional da Diabetes; Diabetes: factos e números – Edição de 2023.